Companhia citou queda na capacidade em decorrência das enchentes no Rio Grande do Sul, que levaram ao fechamento do Aeroporto de Porto Alegre

Em comunicado divulgado à CVM, a companhia aérea informou que projeta uma receita de R$ 20 bilhões este ano, “resultado impulsionado pelo ambiente de demanda saudável, receitas auxiliares robustas e o crescimento das unidades de negócios da empresa”.
Para o Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, impostos e amortização) deste ano, a Azul estima um valor acima de R$ 6 bilhões, refletindo a queda na capacidade da companhia aérea.
“A Azul espera uma alavancagem em torno de 4,2x ao final de 2024, resultado do Ebitda atualizado além da desvalorização do real frente ao dólar norte-americano, que impacta as dívidas em dólar”, disse.
A alavancagem e o Ebitda não foram alterados em relação às estimativas anteriores. Em março, no entanto, a companhia divulgou que a alavancagem esperada para o ano era de 3x. Já o Ebitda projetado para 2024 era de R$ 6,5 bilhões — projeções posteriormente reduzidas no último relatório de agosto.
Enchentes no RS devem afetar a capacidade da companhia
A empresa aérea também projeta um aumento na capacidade, a estimativa de oferta de assentos (ASK, mensurada em assentos por quilômetro ofertados), em aproximadamente 7% este ano em comparação com o ano passado — mesma projeção do último relatório de agosto, quando a companhia reduziu a estimativa de março de 11% para 7%.
Segundo a Azul, a perspectiva permanece reduzida devido à queda na capacidade da Azul em decorrência das enchentes no Rio Grande do Sul em maio e ao fechamento do Aeroporto de Porto Alegre, com reabertura parcial prevista para outubro.
A companhia também citou a redução temporária da capacidade internacional no primeiro semestre do ano, além de atrasos dos fabricantes nas entregas de novas aeronaves.
Preocupações com a situação financeira da Azul (AZUL4)
Recentemente, temores de que a Azul (AZUL4) poderia trilhar o mesmo caminho da Gol (GOLL4) e entrar com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos pesaram sobre as ações da companhia.
De acordo com a Bloomberg Línea, a empresa avaliava opções para cumprir com obrigações de dívida próximas do vencimento. Entre os caminhos avaliados, estariam um follow-on na B3 e um pedido de proteção contra credores nos EUA, conhecido como “Chapter 11”.
Outra opção que estaria em análise seria a emissão de novos títulos de dívidas por meio da unidade de carga da Azul.
Porém, a própria Azul informou ao mercado que a notícia foi mal interpretada — e que, na verdade, estaria desenvolvendo um plano estratégico para melhorar sua própria estrutura de capital e liquidez.
Azul negocia com bondholders
Na semana passada, os papéis reagiram a rumores de que a empresa iniciaria negociações com bondholders — isto é, detentores de títulos de dívida da companhia emitidos no mercado internacional — para captação de recursos.
Em nota ao Seu Dinheiro, a assessoria da companhia informou que a Azul atualmente possui em andamento negociações com os arrendadores e que pretende antecipar as obrigações.
Mesmo assim, as ações da companhia aérea ainda derreteram na bolsa brasileira desde o início dos rumores e recuperação judicial, liderando as maiores quedas do Ibovespa em agosto. Nesta segunda-feira, as ações AZUL4 caíram 8,33%, a R$ 4,07. No ano, a queda é de 74%
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